26 janeiro 2015

Verbetes “Politicamente Incorretos” Afligem Governo



Muitos estão a dizer por aí que a presidenta, nas três primeiras semanas da segunda edição de seu governo, anda sumida, meio silenciosa, sem dar o ar de sua graça.

Mas o que se sabe é que, bem antes do decepcionante e arrasador anúncio feito pelos ilustres elaboradores das provas do ENEM dando conta de que mais de 500 mil vestibulandos da “Pátria Educadora” tiraram nota zero em redação, a presidenta já vinha dando muito de si, efetuando correções vocabulares nas falas descuidadas de alguns estabanados do seu grande séquito ministerial.

Com veemência, Dilma vem chamando a atenção dos seus ministros para não incorrerem em escorregões na nossa língua mãe. Recentemente puxou as orelhas de dois dos seus principais ministros que atuam bem pertinho de sua cadeira, exatamente por destoarem do dicionário politicamente correto, de há muito, em voga nas hostes petistas.

Nessa quarta feira (dia 22) foi a vez do “poderoso” ministro da Fazenda, Joaquim Levy ser repreendido e instado a se retratar. “A gente pode ter um trimestre de recessão, e isso não quer dizer nada em relação ao crescimento” — disse o ministro da Fazenda à imprensa, sem hesitação. O mau emprego da palavrinha “recessão” foi o bastante para a presidenta enrubescer de raiva, pois no seu dicionário econômico estava lá escrito bem detalhadamente, para todo mundo ver:

Recessão: “declínio da atividade econômica por dois trimestres consecutivos”. O certo seria o ministro-mor ter usado a palavra “contração”, que significa: “diminuição passageira da atividade econômica”. Para aumentar mais a aflição de Dilma, Zé Dirceu, seu bravo companheiro de longas jornadas, disse com todas as letras em seu blog (terça feira - dia 20): “caminhamos assim, conscientemente, para uma recessão com todas as suas implicações sociais e políticas”. [Vide Link].

Até tu, Zé, estás no bando dos “politicamente incorretos” ao falar em recessão ao invés de contração? deve ter perguntado para si em pensamentos a presidenta com seus botões. “Recessão uma ova!”

Para piorar até o jornalista Mino Carta, esforçado defensor da reeleição de Dilma, estampou na Capa de seu semanário (Revista Capital) que saiu nas bancas neste domingo (dia 25), a indevida e perigosa manchete: “À Beira da Recessão” (em desacordo com o dicionário politicamente correto do governo).

Tarifaço: “grande aumento de taxas dos serviços públicos (luz, gás, telefone, etc), impostos e eventualmente, de outros itens(combustíveis, por exemplo)”.[Houaiss]. Para a presidenta, esse termo, de muito mau gosto, usado inapropriadamente pela imprensa deveria, sim, ser substituído pelo politicamente correto “pacote do bem”. Por que pacote do bem? Pelo fato de ser composto de medidas que irão injetar ânimo na economia. Muito claro, não?

Sincronismo, no dicionário Houaiss, quer dizer “coordenação no tempo da ocorrência de fatos ou fenômenos”. Pois é, Dilma, logo no comecinho de sua gestão (dia 2 de janeiro), puxou as orelhas do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa (o segundo em importância dentre os 39 ministros de sua corte) por ele ter incorrido no grave erro de “falta de sincronismo”. Ou seja, ele dessincronizou ou perdeu a sincronização ao falar coisas inconvenientes, logo ao acender das luzes de um governo que se propôs ser populista. A presidenta considerou que ele passou os pés pelas mãos ao anunciar, publicamente, que não havia mais condições de manter as regras de valorização do salário mínimo pela necessidade de uma política fiscal mais austera. Pela manhã, depois de ler os jornais do dia, Dilma que estava de férias na praia de Aratu – Bahia, furiosamente deixou o seu repouso praieiro para mandar imediatamente o ministro Barbosa divulgar uma nota desmentindo o óbvio que ele de maneira nenhuma deveria deixar escapar. Passou-lhe, então, um pito pela “falta de sincronia”.

•Estagnação (no Houaiss): “situação em que o produto nacional não cresce à altura do potencial econômico do país.” Esse termo “politicamente incorreto”, quando citado nos meios de comunicação, causa arrepios na trupe petista. No dicionário politicamente correto do governo, quem fizer uso dessa maldita palavra comete um erro crasso, erro que, indiscutivelmente, deve ser evitado pelos falantes ministros diante dos holofotes e das câmaras de Televisão. Não seria gramaticalmente mais elegante dizer que o país teria um ajuste gradual durante 2015 em seus pilares econômicos básicos, ao invés de usar o termo “estagnação”, que tanta perturbação e celeuma causa nas massas?

Para tirar o sossego da presidenta, de novo, lá vem o ministro Levy, dizer nessa quinta feira (dia 22) que a economia brasileira deverá ficar estagnada em 2015 (ou seja, com crescimento zero). E logo onde, fez essa triste afirmação? No Fórum Econômico de Davos, na Suíça.

Quem sabe se, para não ouvir o economês enviesado de Joaquim Levy lá em Davos na Suíça, Dilma tenha resolvido viajar à Bolívia para assistir a posse de Evo Morales. Não custa nada lembrar que a Bolívia, foi sempre um pais estratégico e mui amigo do Brasil, desde o tempo do reinado de Inácio Lula da Silva. Para avivar a memória: Foi lá que ocorreu a transformação milagrosa do gás brasileiro em gás boliviano num abrir e fechar de olhos. A que custo, ninguém até hoje sabe.


 Por Levi B. Santos
Guarabira, 26 de janeiro de 2015

23 janeiro 2015

Cérebro Liberal e Cérebro Conservador?!




Ela, a sempre Neurociência, não cessa de escavar os nossos cérebros na tentativa de desvendar o porquê de certas atitudes e comportamentos que adquirimos durante nossa trajetória existencial.

E não é que, recentemente, neurocientistas andam a conjecturar sobre a existência dos genes da ideologia?

O antropólogo e evolucionista americano, Avi Tuschman — autor de "Nossa Natureza Política: A Origem Evolutiva do Que Mais Nos Divide" — disse, em uma entrevista nas páginas amarelas da revista Veja da semana passada, "que cientistas pesquisadores da Universidade College London, escanearam cérebros de estudantes através da ressonância magnética e, pelas imagens obtidas, conseguiram prever quais alunos eram mais conservadores e quais eram mais liberais. Aqueles identificados com os valores de direita possuíam uma área do cérebro, amígdala cerebelosa direita mais desenvolvida[...]. Já aqueles estudantes que se identificavam com valores relacionados à esquerda apresentavam outra região cerebral mais desenvolvida — o córtex cingulado anterior”.

Quanto a esses fenômenos, seria importante esclarecer o que é causa, e o que é consequência, em analogia à velha pergunta: "Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?"

Neurocientistas trabalham com a hipótese de que o alinhamento ideológico(conservador e liberal) seria conseqüência ou decorrência de uma diferença estrutural cerebral existente em cada um dos grupos. E se a maneira de ser do indivíduo adulto forjada lá na sua tenra infância, pesando nisso a sua formação ambiental, paterna, cultural ou mesmo de fundo religioso forem a causa, e não consequência, de tais modificações em determinadas áreas do cérebro? Segundo Freud, a carga afetiva e reações psíquicas defensivas da criança nos seus quatro ou cinco primeiros anos de vida são cruciais para a formação de sua personalidade. Por essa época, tanto a submissão quanto a rebeldia a uma autoridade exercem um fascínio incomum sobre o infante. O rebelde de ontem não seria o rebelde e liberal de hoje? O submisso e medroso de ontem não seria o precavido e conservador dos dias atuais? Ou o que denominamos "ser liberal" e "ser conservador" são fases que se intercalam, ao sabor das circunstâncias, em nosso caminhar existencial? No clássico, “Os Irmãos Karamazov”, Dostoiévski mostra que a contradição faz parte da natureza humana. O filósofo e ensaísta, Luiz Felipe Pondé, fazendo uma abordagem sobre a obra desse autor russo, chegou a afirmar: “Não é possível descrever o ser humano, categorizá-lo, prendê-lo; só se pode ouvi-lo.”
  
“O que é você? Uma conservadora? Uma Liberal?" — perguntou, certa vez, um entrevistador a famosa e polêmica filósofa política de origem judia, Hannah Arendt, naturalmente, querendo saber de que lado ela militava. Não sei. Eu realmente não sei e nunca soube. Você sabe que a esquerda pensa que sou conservadora, e os conservadores às vezes pensam que sou de esquerda” — respondeu, de forma desconcertante e lúcida, a entrevistada.

Freud chegou à Ciência como um rebelde — ainda que fosse, politicamente moderado, liberal, ligeiramente conservador e não tivesse simpatia por bandeiras vermelhas e barricadas” — afirmou Zigmunt Bauman, para realçar a ambivalência reinante em nossas decisões (Modernidade e Ambivalência — Editora Zahar). O homem é ambivalente porque apesar de latejar em si o ideal liberal, não deixa de sofrer influência de seu lado conservador inconsciente e reprimido.  
  
“Um superego amistoso, benevolente e útil, seria a solução ideal, como contraponto ao superego que age de forma tirânica e ameaçadora”— fez ver Freud, com relação ao teimoso liberal e ao passivo, temeroso e subserviente.

Em suma, a psicanálise e a neurociência não são totalmente inconciliáveis, apesar de divergirem em suas abordagens. Não podemos negar que existe certo consenso entre esses dois campos científicos, que exploram os nossos afetos ambivalentes: “Há uma tendência de nos tornamos mais conservadores à medida que envelhecemos” — concluiu, Avi Tuschman, em sua entrevista à revista Veja —, em consonância com a frase atribuída ao grande estadista e médico francês, George Clemeceau, contemporâneo de Émile Zola:

“Um homem que não seja comunista aos 20 anos não tem coração e um homem que permaneça comunista aos 40 não tem cérebro.”


Por Levi B. Santos
Guarabira, 22 de janeiro de 2015

Site da Imagem:  fotosearch.com.br

11 janeiro 2015

Sobre Humor e Religião





Ao que parece, humor e religião são como a água e o óleo: não se combinam por mais que se tente homogeneizá-los O humor, como se sabe, quase sempre provoca riso. Se não desperta o riso é porque o expectador, nas entrelinhas, não captou a essência da piada.  O grande nó da questão, é que a igreja, em sua história, sempre considerou o riso visceralmente mal porque exprime desprezo, egoísmo e orgulho. Daí ter colocado o sarcasmo e a sátira, que provocam riso, na conta das hostes diabólicas. Afinal, para a igreja, não existe na história sagrada um Deus rindo à toa. Mas o herege Nietzsche de forma humorada, já dizia que “só acreditaria em um Deus que soubesse dançar”.

O atentado recente em que religiosos extremistas metralharam quatro humoristas franceses em seu ambiente de trabalho, convidam-nos a uma reflexão sobre o humor e sua contrapartida na esfera religiosa fundamentalista. “História do Riso e do Escárnio” − do escritor francês Georges Minois −, livro editado no Brasil pela Unesp em 2003, é um prato excelente para quem quer se debruçar desarmadamente e com profundidade sobre esse melindroso tema.

No primeiro capítulo de sua bem explorada obra, o françês, George Minois,  apresenta uma versão mítica da criação bem diferente da comumente encontrada no livro bíblico de Gêneses, como se estivesse desejando fazer as pazes entre o humor e a religião. O capítulo tem por título – “O Riso Inextinguível dos Deuses” e apresenta não o Deus carrancudo ou sério da Torah, mas um Deus mais próximo do riso e consequentemente do humor. Senão vejamos:

Segundo o papiro de um autor anônimo encontrado no século III (o papiro de Leyde), o universo nasceu de uma enorme gargalhada. Tendo Deus rido, nasceram os sete deuses que governam o mundo... Quando ele gargalhou fez-se a luz... Ele gargalhou pela segunda vez: tudo era água. Na terceira gargalhada, apareceu Hermes; na quarta gargalhada, a geração; na quinta, o destino; na sexta, o tempo. Depois, pouco antes do sétimo riso, Deus inspira profundamente, mas ele ri tanto que chora, e de suas lágrimas nasce a alma”.

O tema aqui exposto, em que se mesclam risos e lágrimas, é recorrente na mitologia do Oriente Médio. Na Babilônia e no Egito, cita o autor, há um ritual onde os sacerdotes de Tebas saúdam as benesses do Nilo com uma gargalhada.

 Nessa versão dos sete risos na criação do universo, diz o autor, “Deus não cria pela palavra, que já é civilização, mas por esse espocar de vida selvagem, e cada um de sete acessos faz surgir do Nada um novo absurdo, tão absurdo quanto o próprio Deus: a luz, a água, a matéria, e espírito. E, no final desse big-bang cômico e cósmico, Deus e o universo encontram-se em um face a face eterno, perguntando-se um ao outro o que estão fazendo lá: aquele que rir e sua gargalhada.”

Não poderia deixar de citar o filósofo francês, Voltaire(1726) que, por ser polêmico e usar de ironias em suas magníficas tiradas, chegou a levar estrondosas surras. Um bispo de sua época dizia que os poetas tinham o lombo duro.  Foi Freud que anos depois da separação da igreja do estado, através de incessantes, duros e prolongados estudos psicanalíticos, deixou o mundo perplexo ao explicar a dinâmica dos processos mentais inconscientes.

 A psicanalista, Marília Brandão, de formação freudiana, em seu livro “Psicanálise e Contemporaneidade”, diz algo emblemático sobre o humor e o humorista:

“O humor é transgressor. São os humoristas que captam a fragilidade do homem, seus conflitos, sua dor e sofrimento, cravam as unhas do mal estar, desviam do interdito e dali saem com um dito espirituoso que os faz rir de si mesmos ou do outro, e faz o outro rir. São eles que revelam nossas contradições, nossas falhas, nossas imperfeições. Através do humor todo o poder constituído é gozado, as teorias perdem a sua pomposidade, as religiões, as ideologias mostram a sua face frágil e nua.”

Os psicanalistas Abraão Slavutzki e Daniel Kuperman, para marcar o centenário de “Os Chistes e Sua Relação com o Inconsciente” – obra magistral de Sigmund Freud sobre o humor, escreveram  — “Seria Trágico se Não Fosse Cômico”.  Em uma entrevista à revista Época, perguntaram a Kuperman se o humor era o reverso do medo. Ele respondeu dessa forma:

O humor não é o reverso do medo no sentido de uma coragem heróica. O herói é aquele que se crê indestrutível, é o que tem como lema ‘nada me pode acontecer’. É o Rambo. O humor é uma sabedoria trágica acerca da própria finitude. Assim, por um lado, sabemos que não podemos tudo, que somos precários e impotentes para muitas coisas, mas por outro, não deixamos os medos, inclusive o da morte, nos paralisar”.



Por Levi B. Santos
Guarabira, 12 de janeiro de 2015

06 janeiro 2015

“Não Verás Nenhum País Como Este!”




“Não verás nenhum país como este” — disse em verso, Olavo Bilac —, poeta brasileiro que, com um ufanismo incomum, revestiu de alvissareira fantasia meus sonhos no tempo dos primeiros anos de escola.

Hoje, aos sessenta e nove anos de idade, ando cansado, pessimista e temeroso com os rumos que vem tomando a nau da antiga Terra de Santa Cruz. Remando contra a corrente daquele que foi considerado o “príncipe dos poetas brasileiros”, penso que entre todas as nações em desenvolvimento, não verei, em vida, outro país como este.

Parafraseando o ex-presidente que sob suas barbas ocorreu um dos maiores escândalos do século (o Mensalão), posso dizer que “nunca na História política mundial” se viu tamanha desfaçatez, patrocinada por uma presidente da república.  De forma tranqüila, anunciar que no seu séquito de trinta e nove ministros, muitos poderão ser descartados no próximo mês de fevereiro, caso o Ministério Público prove que eles estão envolvidos na tramóia vergonhosa denominada Petrolão, é de doer os mais empedernidos corações.

Para entender melhor, os indicados para comandar os ministérios não são ministros, estão ministros, quando não bem deram início as suas gestões. Estima-se que nada mais nada menos que 40 parlamentares podem estar envolvidos nesse mega escândalo que, com certeza, será o assunto a ser pisado e repisado durante a maior parte de 2015. Tenho a impressão de que não existe republiqueta neste vasto mundão de Deus que tenha se envolvido em tão grande corrupção. No dizer do Procurador Geral, Rodrigo Janot, nomeado recentemente pela presidente, os denunciados nos desvios bilionários da Petrobrás deram ao mundo uma “aula de crime”.

 A denúncia a ser feita pela Procuradoria-Geral da República daqui a trinta dias pode enxotar os atuais republicanos de seus cargos, com a presidenta tendo que convocar às pressas uma nova leva de ministros supostamente insuspeitos, sabe lá Deus onde.

“A se comprovar que cerca de 40 a 60 deputados, senadores e ministros andaram sujando as mãos no esquema de corrupção da Petrobrás, um terremoto político pode acontecer nos próximos dias” [Vide link]

Não verás, caro(a) leitor(a), nenhum país como este, um país que anuncia para 2015 aperto nas finanças, contingenciamento de orçamentos, cortes de benefícios conquistados pelos trabalhadores, como o seguro desemprego e pensão por morte, ao mesmo tempo que abre a torneira de aumentos de salários para juízes, ministros e parlamentares —, aumentos esses, escandalosos, pois equivalem  quatro vezes a inflação do ano findo.

Não sei, mas me bate uma saudade danada dos tempos em que o país parecia ser outro, tempo no qual a reposição salarial obedecia a um índice único para todas as categorias dos três poderes da república.

Não Verás País Nenhum” — titulo de um romance de Ignácio de Loyola Brandão publicado em 1981 —, tem muito a ver com o tema aqui tratado, ao revelar em sua narrativa momentos em que uma população esquálida, alienada e subserviente, sem poder de reação, sobrevive desesperançada à mercê de um sistema dominado por esquemas perversos e insanos.

Um pequeno trecho da obra de Loyola Brandão reflete, magnificamente, os sentimentos que, por ora, me invade o peito, fazendo-me desacreditar de um sistema republicano tramado e inaugurado nos escaninhos, sem a presença e o calor do povo, esvaindo-se, agora, do mesmo modo como foi proclamado:

“Os noticiários são inócuos. Novelas, inaugurações, planos de governo, promessas de ministros. Como acreditar nesses ministros, a maioria centenários? Quase perpétuos, remanescentes da fabulosa Época da Grande Locupletação”.

É triste dizer aqui que a franqueza feliz que inebriava meus tempos de estudante, evaporou-se. Quanto ao futuro de nosso país, as astúcias e artimanhas que tornaram banal o que é mal e ilícito deixaram os meus olhos opacos. Como quem nada fatigadamente sem rumo em águas revoltas, o meu olhar desencantado, por ora, não enxerga ou não vislumbra no mundo dos homens um horizonte digno.


Por Levi B. Santos

Guarabira, 06 de janeiro de 2015