28 março 2012

Sem Millôr, Meu Mundo Ficou Menor




Morreu hoje, Millôr Fernandes, o patrono dos cartunistas brasileiros que fazia a minha alegria e a de muitos na década de cinqüenta.

Era um meninote iniciante na arte da leitura. Com 13 anos de idade freqüentava a casa de uns amigos, cujos pais tinham melhores condições financeiras que os meus, para me deleitar com a leitura das seções da revista O Cruzeiro” ― o único semanário a circular por todo o país,  nessa época (anos 50), inclusive aqui nos cafundós do brejo da Paraíba.

As seções dessa revista que despertavam mais a minha curiosidade eram a do “Amigo da Onça” – de Péricles, a “Reportagem Que não Foi Escrita ― de Mario Mascarenhas, a “Última Página “ ― de Rachel de Queiroz e o “Pif Paf” ― de Millor Fernandes.

No teatro ele foi um exímio na arte de divertir. Em1972, ano em que fazia residência médica no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de assistir a uma de suas peças mais aplaudidas pelo público ― “Computa, Computador, Computa”.

Nas minhas andanças pelas livrarias e sebos sempre gostava de entrar em contato com as pérolas de seu vasto repertório humorístico. Recentemente tive o prazer de reler algumas obras clássicas de Molière e Shakespeare, popularizadas em edições de bolso, em que ele foi o tradutor.

Essa foi a segunda grande perda, em menos de uma semana, de monstros sagrados que fizeram a alegria do país no campo da comédia e do humor.


Guarabira, 27 de março de 2012
Site da imagem: veja.abril.com.br

3 comentários:

Mariani Lima disse...

Sem Chico e sem Millor.
Levi, eu não tinha hábito de ler nada dele mas muito novinha tive contato com a poesia matemática. Adorei!!! Li e reli, me deleitei totalmente com o quociente apaixonado. rsrs...
Um abração! Fica com Deus.

Eduardo Medeiros disse...

É verdade, Levi, esse mês de março tá ruim!!! (deixei uma postagem lá na CPFG) sobre outra grande perda, a Ademilde Fonseca.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

"Essa foi a segunda grande perda, em menos de uma semana, de monstros sagrados que fizeram a alegria do país no campo da comédia e do humor."


Com o coração triste vamos aos poucos nos despedindo das pessoas que nasceram antes da 2ª Guerra e que foram bem presentes em nossas vidas durante algumas décadas.

Além de seu inegável talento, Millôr foi exemplo de trabalho e dedicação. Um homem que até 2009 trabalhou na revista Veja, sem esquecermos que ele foi um dos fundadores do jornal O Pasquim.